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As tecnologias digitais têm transformado os modos de produção, circulação e apropriação da informação na sociedade atual. Essas mudanças impõem desafios à formação de profissionais da informação, exigindo abordagens críticas sobre os efeitos sociotécnicos das tecnologias. Este trabalho apresenta um relato de experiência sobre o ensino de tecnopolítica no curso de Biblioteconomia e Documentação da Universidade Federal da Bahia. O objetivo é descrever como a formação aborda criticamente os impactos das tecnologias digitais. A metodologia baseia-se em estudo de caso com abordagem qualitativa, utilizando observação assistemática e questionário eletrônico aplicado a estudantes de uma disciplina teórica no primeiro semestre de 2025 no referido curso. Os resultados mostram que a construção de uma comunidade de aprendizado, ancorada em práticas pedagógicas libertadoras inspiradas em Paulo Freire e bell hooks, favoreceu o desenvolvimento da criticidade dos estudantes sobre o uso de tecnologias e a mediação algorítmica da informação. Os participantes demonstraram avanços na compreensão dos regimes informacionais contemporâneos, ainda que encontrem dificuldade em relacionar os debates com a prática profissional futura. A pesquisa destaca a importância de integrar conteúdos críticos ao longo da graduação, superando visões tecnicistas acerca das tecnologias. Conclui-se que o ensino de tecnopolítica é estratégia relevante para formar bibliotecários conscientes dos desafios sociotécnicos da sociedade dataficada.