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PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL: O PAPEL DA GESTÃO DOCUMENTAL E DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO NO SÍTIO CHÁCARA ROSANE EM SÃO LUIS - MARANHÃO
Luciano Costa e Silva, Valdirene Pereira da Conceição, Fernanda Lopes Viana

Última alteração: 2025-09-08

Resumo


A preservação do patrimônio cultural arqueológica demanda mais do que a conservação física dos artefatos; exige o resguardo das informações contextuais que conferem significado aos vestígios. Este estudo analisa o papel da Gestão Documental (GD) e da Gestão da Informação (GI) como disciplinas auxiliares na pesquisa arqueológica, com foco na sua contribuição para a preservação, interpretação e disseminação do conhecimento produzido em campo. A pesquisa adota como estudo de caso o Sítio Arqueológico Chácara Rosane, localizado em São Luís, Maranhão, um dos maiores sítios do Nordeste brasileiro, com vestígios datados de até 9.000 anos. A metodologia empregada compreendeu levantamento bibliográfico, análise documental e observação participante, realizada por meio da inserção do pesquisador na equipe técnica durante todas as etapas da pesquisa. Os resultados demonstram que, embora nem sempre formalmente nomeadas, as práticas de GD e GI estão presentes em todo o processo arqueológico, desde a coleta de dados sistematizada por diários de campo, croquis e registros fotográficos, até as etapas de curadoria, tombamento, catalogação e armazenamento em laboratório. Observou-se que o rigor metodológico da arqueologia preventiva constitui, na prática, um sistema de gestão informacional e documental articulado, responsável por mitigar o risco de perdas interpretativas e por assegurar a memória do sítio mesmo após sua escavação. Conclui-se que a integração entre Arqueologia, Gestão Documental e Gestão da Informação não apenas amplia a eficácia científica das pesquisas, como também fortalece o papel social da arqueologia, ao transformar dados empíricos em memória coletiva e instrumento de afirmação identitária.